Na segunda, 02/04, a Universidade Federal de Goiás promoveu a formatura de uma turma diferenciada em sua história, a primeira turma do curso de Licenciatura Intercultural Indígena, um projeto de ação afirmativa voltado para a formação de professores indígenas. A formatura simboliza um marco na história da UFG, é a primeira turma exclusivamente composta por indígenas. Esse é o primeiro curso de Licenciatura Indígena criado no estado de Goiás.
Cinquenta estudantes indígenas, de várias etnias diferentes de Goiás, Mato Grosso e Maranhão, receberam seu diploma em Licenciatura Intercultural, em cerimônia na qual estavam presentes familiares, professores e monitores, além dos pró-reitores Anselmo Pessoa Neto, de Extensão e Cultura (Proec), Sandramara Chaves, de Graduação (Prograd), e Orlando Afonso Valle, de Administração e Finanças (Proad). O reitor da UFG, Edward Madureira Brasil, apontou a importância da preservação da cultura e das tradições indígenas.
“Essa é a primeira turma de uma proposta inédita, construída no dia a dia. Ela deixa uma base de conhecimento muito interessante para a universidade, que mudou bastante com a presença dos indígenas”, comentou a professora Maria do Socorro Pimentel, coordenadora da turma. A iniciativa para a abertura da graduação partiu dos próprios indígenas, visto que a UFG já possui pesquisas antropológicas, linguísticas e históricas abordando o tema. A solicitação também encontrou apoio da Faculdade de Letras (FL) e da Faculdade de História (FH). Foram muitos encontros e reuniões até a abertura do processo seletivo para a primeira turma de Licenciatura Intercultural Indígena, em 2006. No ano seguinte, chegavam às instalações da UFG professores indígenas dos povos Karajá, Xerente, Tapirapé, Timbiras, Javaé e Guarani, que passaram cinco anos indo e vindo de suas aldeias para estudar.
O formando Gilson Tapirapé, da aldeia Wiriaotãwa-MT, proferiu um discurso destacando a importância da experiência: “Significa uma grande conquista e avanço na educação. Com essa formação não só crescemos profissionalmente, mas os povos e as escolas são beneficiados, as línguas e as culturas indígenas ganham forças e as filosofias indígenas voltam a ocupar seu espaço”. No encerramento, os representantes das etnias Xerente, Tapirapé e Karajá fizeram uma apresentação de canto e dança típicos de suas culturas.
A apresentação de canto e dança dos representantes da etnia Tapirapé
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